O destaque na economia cearense foi o segmento da agropecuáriaA economia cearense fechou o ano de 2008 com um crescimento acima da média nacional de 4,7% a preços básicos, registrando uma taxa de 6,5%, sobre o ano de 2007. No quarto trimestre/2008, a elevação foi de 5,0%. Em termos de valores a economia cearense gerou uma receita de R$ 56,93 bilhões, correspondendo a um per capita de R$ 6.860,02. O crescimento da economia cearense é resultado do desempenho positivo dos três setores: agropecuário, indústria e serviços.
O setor agropecuário apresentou expansão de 24,59%, com relação a 2007. A indústria fechou o ano com uma taxa de 5,51% e o setor de serviços, com maior participação na economia do Estado, em torno de 70%, registrou uma variação positiva de 5,21% em relação a 2007.
Apesar do cenário econômico mundial, a economia cearense manteve o bom desempenho que vinha obtendo nos últimos anos, isso devido ao aquecimento da demanda doméstica, sobretudo ao comércio interno e externo, que tem incentivado a expansão de emprego. Os números do PIB do Ceará foram anunciados nesta quarta-feira (11), na sede do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica (IPECE), pelo diretor-geral em exercício, Marcelo Ponte, e a economista Eloísa Bezerra.
O crescimento de 24,59% da agropecuária, em 2008, quando comparado a 2007, foi influenciado pelos resultados das lavouras, com destaque para a castanha (126,59%), milho (109,85%) e feijão (95,15%), citando as mais importantes. Quanto à produção animal, o destaque foi para o aumento da produção de leite (9,00%) e aves (6,13%). A produção de frutas, também, vem apresentando bons resultados, dado a prática de uma agricultura diferente da tradicional, introduzindo tecnologia na produção de culturas como a melancia, mamão, banana e abacaxi.O desempenho da agricultura cearense deveu-se as condições climáticas favoráveis, com inverno regular beneficiando a produção principalmente do milho, feijão, mandioca, do acesso a sementes selecionadas, principalmente de feijão, algodão e milho.
A indústria cresceu 5,5%, influenciada pelos comportamentos positivos dos serviços industriais de energia, água e gás (8,5%), seguidos da construção civil, com uma elevação de 7,8%, e a indústria de transformação, com uma taxa de 3,9%. O desempenho da Produção Industrial do Ceará, em 2008, foi influenciado principalmente pelo comportamento da produção na indústria de produtos de metal - exclusive máquinas e equipamentos (17,5%), produtos químicos (17,3%) e alimentos e bebidas (11,5%), metalúrgica básica (5,9%) e vestuário e acessórios (5,2%). A indústria têxtil, porém, uma das mais importantes do Ceará, vem apresentando queda e no ano de 2008, a taxa foi negativa de 8,6%, com relação a 2007.
Em 2008, o PIB a preços básicos do setor de serviços apresentou um crescimento de 5,2% em relação a 2007. Dentre os segmentos que compõem os serviços, os setores de alojamento e alimentação (11,8%) e o comércio (9,6%) foram os que registraram as melhores taxas de crescimento, sobre 2007.
O volume de vendas varejistas do Ceará tem apresentado, ao longo do ano, resultados positivos, acumulando no ano um crescimento de 8,0% sobre o resultado de 2007. No ano, todas as atividades varejistas ampliaram suas vendas em relação a 2007. O resultado do volume de vendas do Ceará vem sendo impulsionado principalmente pelas vendas de bens com maior valor agregado, como equipamentos e materiais para escritório e informática, veículos e motos, móveis e eletrodomésticos. A razão do aumento de vendas destes segmentos consiste na trajetória crescente do volume de crédito à pessoa física.
O ano de 2008 foi favorável para o turismo cearense como mostram alguns de seus principais indicadores, como a demanda turística, via Fortaleza, que se apresentou positiva de 4,4%, em relação à demanda de 2007, significando um contingente de 2,17 milhões de visitantes ao Ceará. O mesmo comportamento foi verificado na demanda hoteleira que registrou uma variação positiva de 3,4% na mesma comparação, o que possibilitou uma taxa de ocupação de 57,3% contra 55,4% indicada em 2007. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIB-CE), os workshops realizados em Fortaleza deram um impulso positivo às atividades turísticas cearenses.
As exportações cearenses, ao longo de 2008, registraram uma trajetória crescente, com uma receita de US$ 1,28 bilhão, em 2008, significando um crescimento de 11,2%, com relação a igual período de 2007. Por seu turno, as importações de 2008 atingiram o valor de US$ 1,56 bilhão, e uma expansão de 10,7%. Como resultado, o saldo da balança comercial cearense apresentou um déficit de US$ 281,59 milhões. Embora a balança comercial tenha apresentado saldos negativos nos últimos três anos, os motivos são justificáveis, dado que as importações cresceram em ritmo mais acelerado que as exportações (2006 cresceram 86,6% e em 2007, 28,2%), em virtude das compras de bens de capital efetuadas pelas empresas, que apostaram em crescimento da economia cearense nestes anos. Vale salientar, que a Conta Corrente do Comércio, ou seja, o somatório das exportações e das importações ultrapassou ao valor obtido em 2007 (US$ 2,56 bilhões), US$ 2,84 bilhões.
Em 2008, o mercado de trabalho do Ceará, impulsionado pelo ritmo de crescimento da economia estadual, gerou 41.441 empregos, superando as vagas criadas em 2007, de 39.722 empregos, e constituindo-se no melhor resultado desde 1999, primeira divulgação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
O comportamento do trabalho no Ceará, no acumulado de 2008, foi impulsionado principalmente pelo setor de serviços, que criou 16.236 novos empregos, seguido do comércio (11.673 empregos); da indústria de transformação (6.716 empregos), e construção civil (3.344 empregos).